A Guerra Colonial e as suas contingências, foi sem dúvida um dos factores mais contribuiu para que o êxito Revolução dos Cravos. Esta é uma pequena homenagem a todos aqueles que passaram as tormentas de uma guerra sem sentido, aos que não regressaram, aos que regressaram mas que ainda continuam por lá.
Escalámos altas montanhas,
à procura de uma estrada
que nos trouxesse a alegria.
Cruzámos pontes estranhas,
sobre rios turbulentos
por onde a água corria.
Passámos por estranhos sítios,
por picadas sem ter fim,
até ao rasgar da aurora.
Vimos a guerra, martírios,
misérias, ódios e fome,
que vão pela terra fora.
Não sabemos nem de nós,
nem das estrelas no céu,
num brilhar resplandecente.
Quando o vento trás a voz,
dos canhões que entre a selva,
só sabem matar a gente.
Caminhámos lado a lado,
com a esperança e a certeza
de um dia ver esta terra.
Como um cravo de beleza,
desfraldar a liberdade,
viver a vida sem guerra.
Fomos aquilo que fomos,
mesmo quando obrigados,
a fazer o que não queremos.
Estamos fartos de donos,
porque a paz e a liberdade
só sem eles nós teremos.
Castelo Branco, 1974
Texto: Victor Gil
Fotografia: Humberto Reis (Google)
8 comentários:
Que suas palavras nunca se calem e que sua bela poesia nunca se ausente de sua vida.
Bjs
Lindo final de semana.
Gil, Obrigada por me presentear com sua poesia...
=)
Beijo meu.
Fiquei muito sensibilizada com este poema, denota a expressão duma vivência sentida, que o tal D. Sebastião que dizes ser, deixa antever a tua alma nesta manhã de nevoeiro...hoje, em que revives as tuas emoções passadas.Lindo!
E não esqueçamos Abril...
Abraço...vou passando por cá e apreciando.
Meg
www.bichaneca.blogspot.com
Bonita poesia e sobretudo testemunho de uma época a não deixar cair no esquecimento!
Obrigada
Alcinda
Victor, parabéns por essa bela homenagem.
Que nunca se calem nossos gritos pela liberdade e pela paz.
Grande abraço.
Víctor,
Ojalá se cumpla en el mundo entero este sueño:
"Como um cravo de beleza,
desfraldar a liberdade,
viver a vida sem guerra."
Besos mi querido amigo,
Ana Lucía
.
victor
que fuerte y que fuerza
hombre y mujeres luchando por sobrevivir y por ideales que no estoy segura de compartir en épocas en donde los que inventan conflictos se quedan gozando de las comodidades de sus casas...
Un abracito de luz
A guerra nunca pode ser esquecida.
Eu estive no Leste de Angola.
havia Guerra.
Um abraço
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