quinta-feira, 13 de agosto de 2009

DIZEM POR AÍ


Com a revolução em andamento, a nossa consciência política começa a aumentar. Depois de tantos anos de opressão, as noções de classe começam a surgir com mais assiduidade, com a ajuda dos órgãos de informação. Com a abertura às notícias que nos vão surgindo de todos os cantos do mundo, cada vez mais nos apercebemos daquilo que se passa lá fora. Existem outros problemas para onde começamos a desviar também as nossas atenções. Por isso surgiu este poema, que tem que ser visto e lido, em atenção ao que se passava na época.


Que há povos sobre a terra,
morrendo de fome aos milhões.
Mas gastam-se milhares de dólares,
numa bomba de neutrões.

Que há crianças no mundo,
que são subalimentadas.
Mas o pão que se lhes manda,
são armas convencionadas.

Que a paz é uma pomba,
uma flor e uma menina.
Mas esquecemos os meninos
e os povos da Palestina.

Que os direitos humanos,
são para todos respeitar.
Mas no Chile de Pinochet,
mata-se o Chile popular.

Que é preciso acabar,
com a miséria e a pobreza.
Mas continuam a jogar,
o povo sobre uma mesa.

Que a terra a quem a trabalha,
por montes, vales e serras.
Mas mandam-se ao Alentejo,
chaimites lavrar as terras.

Dizem para aí tanta coisa,
mas é lume sem carvão.
Senhores que nos prometem,
liberdade, paz e pão,
venham trabalhar as terras
sujar as botas no chão.

Castelo Branco, 15/11/1978



Texto: Victor Gil
Fotografia: Internet (Google Imagens)

10 comentários:

angela disse...

E continuamos assim, alguns lugares melhoraram, outros pioraram e alguns continuam como sempre, ma a fome, a guerra, a exploração continuam ai.
Belo poema.
abraços

RosanAzul disse...

Poema forte e sentido que vem carregado de verdade em triste realidade... Parabéns por este lindo poema. Boa quinta! Beijos Luz,RO

Luis Ferreira disse...

Amigo Victor

Um poema forte e sentido, carregado de grandes imagens que merecem ser registadas e reflectidas.

Os meus parabéns

Um abraço
Luis

Andradarte disse...

Bonito...
Fez-me lembrar a poesia que
se fazia nos anos de setenta.
Parabéns
Abraço

AFRICA EM POESIA disse...

BONITO BLOG PARABÈNS...


POETA
Ser poeta…
É ser louco…
É ser sonhador…
É saber dar…

Dar e dar-se…
Na poesia…
Na vida…
No mundo…
E saber que o seu poema…

Foi lido…
Foi sentido…
E, foi tantas vezes… partilhado!...

Partilhado…
Com dor…
Com alegria…
Com amor…

E o poeta sente…
Que o que fez…
Não foi para si|…
Foi para o mundo…

E nessa partilha…
Entende que não mais…
Voltará a estar só!...


Lili Laranjo (

Sonia Schmorantz disse...

Vim te deixar meus votos de um excelente final de semana. O texto que está aqui, é muito bonito para refletir também
Um abraço

Unknown disse...

Olá Victor

Vim deixar aqui também os meus votos de um feliz aniversário!

Parabéns amigo!
Muita saúde, paz e alegrias.

Bjs
Regina
23/08/2009

RosanAzul disse...

Oi Gil, tenho um selinho pra ti no meu blog, passa por lá ok! Beijinhos, Ro

Joalex disse...

Fui militar e vivi,
esse dia com emoção.
Só eu sei o que senti,
tenho Abril no coração!

lichazul disse...

sembrar y cosechar
principio y fin de toda existencia...

besitos de luz victor
ten una preciosa semana