Com a queda da ditadura era altura de começar a construir um País novo. Por isso o regresso dos soldados e emigrantes, era importante para a nossa estabilidade. Daí este poema de boas vindas aos nossos caminheiros, espalhados pelo mundo.
De onde vens ò caminheiro
e onde vais, que também vou?
Venho de terras onde era,
aquilo que aqui não sou,
vou reconquistar a terra,
que o fascismo me roubou.
De onde vens ò caminheiro
e onde vais, que vou contigo?
Venho da saltar fronteiras,
onde o vento é meu amigo,
vou encher as nossas eiras
e as searas com trigo.
De onde vens ò caminheiro
e onde vais com esse olhar?
Venho da guerra cansado,
onde vi irmãos tombar,
vou esperar pelos soldados,
que regressam de além-mar.
De onde vens ò caminheiro
e onde vais cheio de esperança?
Venho farto de andar
por essas terras de França,
vou com esperança organizar
a nossa pesada herança.
Espera por mim caminheiro,
que eu contigo quero ir,
quero estar sempre a teu lado
para o país reconstruir,
quero ver de novo o arado,
sulcos na terra a abrir.
Quero ver meu povo livre,
caminhando de mãos dadas,
percorrendo sem mistério,
estas sinuosas estradas,
trabalhando agora a sério,
nestas terras libertadas.
Venho de terras onde era,
aquilo que aqui não sou,
vou reconquistar a terra,
que o fascismo me roubou.
De onde vens ò caminheiro
e onde vais, que vou contigo?
Venho da saltar fronteiras,
onde o vento é meu amigo,
vou encher as nossas eiras
e as searas com trigo.
De onde vens ò caminheiro
e onde vais com esse olhar?
Venho da guerra cansado,
onde vi irmãos tombar,
vou esperar pelos soldados,
que regressam de além-mar.
De onde vens ò caminheiro
e onde vais cheio de esperança?
Venho farto de andar
por essas terras de França,
vou com esperança organizar
a nossa pesada herança.
Espera por mim caminheiro,
que eu contigo quero ir,
quero estar sempre a teu lado
para o país reconstruir,
quero ver de novo o arado,
sulcos na terra a abrir.
Quero ver meu povo livre,
caminhando de mãos dadas,
percorrendo sem mistério,
estas sinuosas estradas,
trabalhando agora a sério,
nestas terras libertadas.
Alfeite, 10/02/1975
Texto: Victor Gil
Fotografia: Rui Ramos (Olhares.com)
Fotografia: Rui Ramos (Olhares.com)
17 comentários:
Duas coisas que não podemos perder jamais: Liberdade e a esperança de que dias melhores virão!
Deixo meu abraço Victor e o desejo de um excelente fim de semana pra ti!
Adorei a articulação: foto, História, poema. Lindo!
Bjs amigo
Lindo fim de semana
Sonhar uma terra, um país...
Cumprimentos
O destino do homem é andar, caminhar... Sendo que há muitas formas de fazê-lo. Que seja um caminhar construtivo, não é mesmo?
Abraços!
Muy bonito el poema ...ojala pudieramos construir una hermandad de manos agarradas y hacer una cadena de paz y que no hubieran más guerras
Hoy casualidad de la casualidad
Un saludo
Victor Gil
Quero dar-lhe os meus sinceros parabéns pela alta qualidade deste Blog.
Votos de bom fim de semana
G.J.
"Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar". Y si al caminar construimos hermandad y logramos la paz cuanto mejor. Demuestras mucha solidaridad. Muchos besos y me gusta el cambio en tu blog.
Caro Victor...
não é sem emoção que entro neste teu espaço e encontro palavras que ainda pulsam, que ainda respiram, ideais e sonhos de uma esperança renovada...
No passado mês de Abril... um aluno de 8 anos perguntava-me " e... achas que faziam bem em ir embora do país? Não era melhor ficar?"... respondi como pude... na linha deste teu poema...
Se me permites, vou guardar o teu poema, sem lhe retirar os devidos créditos, e estará na primeira linha para estudar com eles em Abril de 2010.
Beijo para ti...
Vengo a dejarte un abrazo y a desearte una muy feliz semana
Caro amigo, belo poema...Espectacular....
Um abraço
este caminante así como el de machado
son luces para seguir
para no dejar morir la esperanza
ni el sueño libertario
Precioso letrado!!
y que lindo verte el rostro!!
te haces más real y humano
Un abracito de luz
que tengas una semana preciosa
Víctor ojalá nuestros caminantes léase en mi país desplazados, volvieran pronto a sus terruños de donde jamás debieron salir...
Que hermoso post y comparto lo que dice Elisa, conocer tu rostro me hace sentirte más cercano.
Besos borrascosos
Muito interessante.
Hoje os tempos mudaram; não muito, mas ao menos temos o livre pensar.
Aproveito pra te agradecer o carinho da visita e palavras deixadas.
Seja sempre bem vindo, Victor
Beijos
Recordo:
"Se houver um caminho entre aquele que marcha e o objectivo para o qual tende, há esperança de o atingir; se faltar o caminho, de que serve o objectivo?"
Fonte: "Santo Agostinho
Acrescento:
O caminho faz-se caminhando...
Abraço para o caminheiro de Abril
Meg
Besos Victor
Olá amigo,
Tenho andado arredado do meu blog e não me dei conta da boa surpresa que me tinha reservado.
Apesar de ter sentido e vivido o 25 Abril na plenitude da juventude, não fui, graças aos capitães de Abril e à revolução, desterrado para a tropa ou para a guerra, no entanto o sentimento de Abril, a vida, a esperança que despertou, as campanhas de dinamização do MFA, as intervenções do SAAl nos bairros mineiros, a constuitição de comissões de moradores, em tudo participei e disso me orgulho.
Uma boa escolha manter vivo o nome desse grande poeta e trovador que é o Zeca Afonso, o Adriano Correia de Oliveira, o Zé Mario Branco e tantos outros.
Um bem haja e até um dia
sfsousa/olharomar
Olá Victor
Fui dar uma visita por Termas de Monfortinho... e esta imagem, se a memória não me falha, captei-a de Penamacor para Monsanto...
Mas que bela região para se visitar... ainda com muito ambiente calmo!
Abraço
PS: Não há sangue da Beira ;)
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