Passados 36 anos da Revolução do 25 de Abril, pouca ou nada mudou. Nalgumas coisas, como é o caso da corrupção, até aumentou. Pelo menos aumentou o número de corruptos. Novamente a fome, o desemprego, a mendicidade, aumenta em ordem inversa àqueles que têm somas chorudas a cair nas suas contas, através de prémios e benesses, de mérito pouco transparente. Quando haverá um abrir de olhos? 25 de Abril, sempre. Fascismo nunca mais.
Mais um tempo que começa,
para quê a pressa.
Se o tempo vai e não volta,
para quê a pressa,
se o tempo passa depressa,
Se a ordem se faz com armas,
para quê a pressa.
Se nos caminhos há pedras,
para quê a pressa,
se o mar avança e regressa.
De Abril só os lamentos,
para quê a pressa.
Se no vento soam brados,
para quê a pressa,
se a incerteza já começa.
Os ideais estão a morrer,
para quê a pressa.
Nas palavras da mentira se tropeça.
Novos mitos, novos ritos,
nova geração se apresta.
Para quê a pressa,
se a verdade só é esta.
Lisboa, 04/01/1994.
Fotografia: Pedro Sarmento (Google Imagens)
5 comentários:
Tem um velho ditado, mão lembro quem falou: "O preço da liberdade é a eterna vigilancia"
beijos
Não podemos perder a esperança que Abril nos deu. É preciso estar estar vigilante para não nos roubarem a liberdade conquistada com tanto esforço.
Um abraço!
belissimas estrofes, sentimento e ação.
Belo texto, grandes verdades, mas... pouca eficacia, continua tudo na mesma ou pior ainda, a nivel de desemprego, fome, pobreza.
"se o mar avança e regressa..."
Amigo Gil, sem pressa de te ler, e reler...
Grande abraço!
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